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Estas são meditações que escrevi em anos de cativeiro, quando a esperança se parecia com um pôr de sol: infinitamente bela em suas cores, infinitamente triste no seu adeus. Tudo anunciava uma longa noite. A vontade de dormir era muito grande. Abandonar-se ao sono... Às vezes a tranquilidade chega quando a esperança vai. Fernando Pessoa se refere à luxúria de perder toda a esperança. É o que acontece com os doentes terminais. Enquanto dura a esperança, é aquela luta sem fim. Mas, quando ela se vai, entregam-se mansamente ao sabor das águas, até não serem mais vistos. Perder a esperança é isto: compreender a inutilidade de todos os gestos. Mas alguma coisa dizia que era preciso resistir: questão de salvação pessoal, manter-se inteiro. Somos o contorno de nossas nostalgias. Tão longe de Descartes que encontrava o nosso ser na presença do pensamento: percebo-me apalpando os limites do que me falta. Procuro, nos olhos e no pensamento, o vazio imenso marcado pelo Desejo. Pensei então que quando os gestos claramente reconhecidos como políticos se tornam impossíveis, resta-nos tentar os gestos poéticos: dizer as coisas que não são. As pessoas religiosas dão, a este jeito de falar, o nome de Oração: quando os olhos, vendo as coisas que se podem ver, não conseguem sorrir, e buscam, na direção das Ausências, as coisas ainda Invisíveis, onde a Alegria mora... E assim sonhamos, e construímos utopias, e poemas e rimos (quando tudo dizia que teríamos de chorar...). E pareceu-me então que a condição de exilados não é coisa acidental, que acontece em conjunturas políticas, marcadas por datas e lugares. Somos exilados sempre. E é por isso que sonhamos sempre, quando dormimos, e sonhamos sempre, quando acordados.
Autor: Rubem Alves
Editora: Siano
Ano: 2020
Numero de paginas: 200
Acabamento: Brochura
Gestação do Futuro, A - Coleção Teopoetica
Estas são meditações que escrevi em anos de cativeiro, quando a esperança se parecia com um pôr de sol: infinitamente bela em suas cores, infinitamente triste no seu adeus. Tudo anunciava uma longa noite. A vontade de dormir era muito grande. Abandonar-se ao sono... Às vezes a tranquilidade chega quando a esperança vai. Fernando Pessoa se refere à luxúria de perder toda a esperança. É o que acontece com os doentes terminais. Enquanto dura a esperança, é aquela luta sem fim. Mas, quando ela se vai, entregam-se mansamente ao sabor das águas, até não serem mais vistos. Perder a esperança é isto: compreender a inutilidade de todos os gestos. Mas alguma coisa dizia que era preciso resistir: questão de salvação pessoal, manter-se inteiro. Somos o contorno de nossas nostalgias. Tão longe de Descartes que encontrava o nosso ser na presença do pensamento: percebo-me apalpando os limites do que me falta. Procuro, nos olhos e no pensamento, o vazio imenso marcado pelo Desejo. Pensei então que quando os gestos claramente reconhecidos como políticos se tornam impossíveis, resta-nos tentar os gestos poéticos: dizer as coisas que não são. As pessoas religiosas dão, a este jeito de falar, o nome de Oração: quando os olhos, vendo as coisas que se podem ver, não conseguem sorrir, e buscam, na direção das Ausências, as coisas ainda Invisíveis, onde a Alegria mora... E assim sonhamos, e construímos utopias, e poemas e rimos (quando tudo dizia que teríamos de chorar...). E pareceu-me então que a condição de exilados não é coisa acidental, que acontece em conjunturas políticas, marcadas por datas e lugares. Somos exilados sempre. E é por isso que sonhamos sempre, quando dormimos, e sonhamos sempre, quando acordados.
Autor: Rubem Alves
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